segunda-feira, 21 de março de 2016

VEJAM O QUE ESTE EXTRAORDINÁRIO JORNALISTA ESCREVEU SOBRE A CRISE BRASILEIRA. NUNCA VI TANTA SERENIDADE. CONFIRAM, POR FAVOR!

"Jornalismo versus petralhas e coxinhas

Por Evilásio Júnior


O 'padrão' do PT
Causa preocupação – e no mínimo estranheza – a padronização do discurso estabelecida por segmentos e pessoas ligadas ao PT. Nas redes sociais, assessores e militantes se inserem em grupos dos mais variados temas para tentar disseminar o terror: a mais nova tese é de "golpe" com apoio de conglomerados estrangeiros para "sucumbir" a democracia do país. Fora a disseminação de notícias antigas, como se fossem novas, para propagar a tese do "nós roubamos, mas eles também". Logo após a condução coercitiva de Lula, um petista com cargo no Sebrae chegou ao cúmulo de produzir um texto para agredir o juiz federal Sérgio Moro e comparar a Operação Lava Jato ao Estado Islâmico. O artigo foi vetado pelo bahia.ba – que imediatamente foi acusado de "censura". Para a surpresa geral, na primeira aparição pública após missão na China, não é que o governador Rui Costa se utilizou da mesma analogia e no dia seguinte ainda apontou elementos de nazifascismo no arrojo das investigações? Se o falatório-padrão é, de fato, estabelecido pela cúpula do partido, é uma estratégia típica de Joseph Goebbels, o ministro da Propaganda de Adolf Hitler.
Venezualização
O que assombra, pelo menos para os jornalistas sem coloração partidária, é a tentativa de controle dos meios de comunicação. Aliás, o domínio midiático está na cartilha petista desde a sua gênese. Para o bem da democracia, não avançou no Congresso Nacional, o que não impede a prática de patrulhamento. É só fazer uma enquete nas redações sobre a quantidade de "pedidos" de mudança de manchetes, "adequações" de palavras nos textos, "sugestão" de destaques, "plantações" e até mesmo remoção de conteúdo. Nos departamentos comerciais o assédio é ainda mais torpe, baseado em ameaça de retirada de verbas de patrocínio. A prática é comum na Venezuela. No último carnaval, até assessor e secretário foram enviados a um camarote na tentativa de intimidar e "amenizar" o erro de conteúdo enviado equivocadamente pelo governo.
Escolha do lead
Existe uma coisa no jornalismo chamada "critério de noticiabilidade". Enquanto os petistas tentam atribuir um "comportamento tucano" à divulgação das notícias sobre o escândalo de corrupção promovido pelo PT no governo federal, esquecem que o primeiro item noticioso é a factualidade. Também não dá para tentar difundir o argumento de que "melhorei a vida do pobre, tenho legitimidade para roubar". Se as gestões do PSDB meteram a mão no dinheiro público, o que é crível conforme as investigações da força-tarefa do Ministério Público, Polícia e Justiça federais, o atual comando é do Partido dos Trabalhadores, que teria amplificado a corrupção no país – segundo a Lava Jato, o desvio identificado supera os R$ 21 bilhões. Que se puna petralhas, coxinhas, quibes e esfirras.
Padilha resume
O cineasta José Padilha, diretor de obras contemporâneas como "Ônibus 174", "Tropa de Elite" e "Narcos", resumiu em entrevista à Veja – sim, a Veja – o sentimento dos repórteres comprometidos que todos os dias dão o sangue nas redações, sem direito a dessintonizar nas madrugadas e fins de semana, para cumprir o papel de informar a sociedade com isonomia e responsabilidade. "Minha preferência, como brasileiro, seria a cassação da chapa Dilma-Temer no TSE. Se o TSE tivesse a coragem de olhar para as campanhas e impugnar as chapas que receberam recursos ilícitos, tenho a impressão que não sobraria nenhuma chapa relevante. Uma nova eleição seria o melhor caminho para o Brasil. [...] As manifestações mostraram que só os intelectuais estão divididos. O Brasil quer o PT e o PMDB fora do poder e que a Lava Jato continue até pegar os corruptos de todos os partidos. O que não pode agora é haver um acordo entre PSDB e PMDB para substituir Dilma e só o PT ser punido significativamente. Os corruptos do PMDB e do PSDB têm de ser pegos também. Delcídio do Amaral já deu o caminho. Agora é puxar o fio da meada". Sim, o conteúdo foi editado. No jornalismo, assim como na culinária, se separa as folhas dos talos."

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