quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Se nosso livro "Vá e não me chame - Guia Turístico Politicamente Incorreto" já estivesse nas livrarias...

tonY PaCheco 

Nosso livro turístico politicamente incorreto não vê o lado dos países. Vê o lado do turista, que tem que ser informado com transparência sobre o destino que pretende visitar.
Vejam uma "premiére" do que o candidato a turista à Tailândia teria lido (em tempo, o livro foi encerrado em julho de 2015 e está no prelo). Com certeza muitas vidas teriam sido salvas...

"TAILÂNDIA


A Tailândia já foi um grande destino turístico. Hoje pode ser classificado de destino esquizofrênico, pois tem uma imagem internacional que não corresponde à realidade. Se o turista brasileiro assistir a qualquer filme sobre a Tailândia ficará com a imagem de um país onde a prostituição é livre, leve e solta, com mulheres e homens baratos em cada esquina. Também terá a imagem de um país que faz festas “raves” com música moderna e farto consumo de drogas, principalmente as sintéticas, como a metanfetamina de nome “yaba”, que afasta o cansaço e dá uma energia para suportar 24 horas numa festa. A Tailândia também tem a imagem de que o país é o paraíso das compras de joias e antiguidades. Por fim, devido à instalação de uma ditadura militar, vende-se a imagem de um país em ordem, com vigilância sobre os traficantes, ladrões e comerciantes desonestos. Mas, quando o turista chega ao país vê outra realidade, logo se deparando com uma máfia de taxistas irregulares (principalmente dos “tuk tuks”, táxi de três rodas) que pode levar o viajante direto para um esparro. A prostituição é ilegal e mesmo que você compre horas de prazer com adultos, seja uma mulher ou um homem, pode ser preso e muitas pessoas prostituídas levam junto para o hotel um policial, que pode ser falso ou não, afim de armar um flagrante e escorchar o pobre turista. Quanto às drogas, o regime tailandês é um dos piores do mundo, prevendo até mesmo pena de morte em algumas situações e em muitos casos, o turista é preso e as autoridades de seu país de origem não são avisadas, ficando o infeliz em cadeias que transformam a Bastilha em resort de luxo... Quanto às famosas joias tailandesas, a maioria é falsa e o turista só pode comprar em segurança se estiver numa joalheria de hotel 5 estrelas ou nos shoppings frequentados pelas classes dominantes locais e, assim mesmo, na hora de sair do país lhe será exigida a nota da compra e também um certificado de que o produto tem origem legal. Nem pense em comprar produtos pirateados, como aparelhos eletrônicos ou óculos, roupas e acessórios em geral de grifes famosas a preços irreais: o turista vai deixar tudo na alfândega e a depender do montante, poderá ficar preso por pirataria e contrabando.
Resumo da ópera: se você se der ao trabalho de ler as recomendações que o Ministério das Relações Exteriores do Brasil (Itamaraty) e o Departamento de Estado dos EUA fazem sobre a Tailândia, simplesmente vai desistir de uma viagem a este país no momento em que se vive ali uma ditadura militar.
Mas vamos dar alguns dados para os insistentes. A Tailândia está situada entre Myanmar (ex-Birmânia), Laos, Camboja e, no extremo Sul, faz fronteira com a Malásia (Malaysia). Sua área é de 513.120 km², mais de duas vezes o território do estado de São Paulo e a população é de 68 milhões de pessoas, equivalente à soma dos habitantes de São Paulo, Minas Gerais e Pará. Cerca de 8,5 milhões de tailandeses vivem na caótica capital, Bangkok, que, paradoxalmente, tem um confiável sistema de transporte público por metrô e por aerotrem. A maioria dos tailandeses é da etnia thai (mais de 95%) e falam a língua oficial, o Thai (91%). Os outros 9% falam línguas locais. É lenda acreditar que os tailandeses falam Inglês. Só mesmo as pessoas ricas e uma elite universitária domina esta língua, além de alguns agentes da Polícia Turística e o pessoal dos hotéis mais estrelados, semelhante ao que acontece no Brasil.
O povo thai é tido como originário do Sul da China (há estudiosos que dizem que eles são “naturais” da própria Tailândia, o que não é comprovado), mas, curiosamente, foram os missionários vindos da Índia quem colonizaram os corações e mentes tailandeses, pois o Budismo é a religião oficial e a mais professada no país, com 94% de seguidores, o que transforma isso em mais um percalço para o turista brasileiro: a imagem do Buda é considerada sagrada e não se pode comprar lembranças com esta imagem, além de só se poder visitar os magníficos templos desta religião (são magníficos, mesmo, com muito ouro), vestido com trajes que não mostrem os braços, então, mulheres, esqueçam decotes ou saias curtas, muito menos shorts e bermudas e, homens, calça comprida e camisa de manga longa são necessários e os sapatos são deixados na entrada. Outra coisa sagrada é a família real tailandesa: não se pode falar absolutamente nada contra os integrantes da realeza, sob pena severa de prisão, seja você local ou turista. Nem pense em fazer brincadeiras na Internet com o rei e seus familiares ou com a própria instituição da monarquia. A outra religião do país é o Islamismo, com 5% de seguidores: os muçulmanos ficam no Sul, na fronteira com a Malásia e estão em guerra com o poder central, de Bangkok, querendo independência, o que transforma as belas praias do Mar de Andaman numa arapuca explosiva. Outra ameaça nas praias são as tsunamis, além de correntes marítimas fortíssimas que ameaçam banhistas e os surfistas. O transporte marítimo e fluvial é amplamente usado na Tailândia e é perigosíssimo, pois geralmente as embarcações são velhas ou sem manutenção e a superlotação é considerada “normal”, daí os desastres marítimos e fluviais em toda a Ásia serem sempre catastróficos, da Índia às Filipinas, da Coreia do Sul à Indonésia. Por fim, o clima local é dominado pela estação das monções, que vai de maio a outubro, o que provoca fechamento de estradas, suspensão dos serviços de navegação durante horas ou dias.
Resumo da ideia? Vá e não me chame.

Filmes pra conhecer um pouco da Tailândia: 1. de 1956, “O Rei e Eu”, com Yul Brynner, Deborah Kerr e Rita Moreno; 2. de 1989, “Kickboxer – Desafio do Dragão”, com Jean-Claude Van Damme e Dennis Chan; 3. de 1999, “Anna e o Rei”, com Jodie Foster e Chow Yun-Fat; 4. de 2000, “A Praia”, com Leonardo DiCaprio; 5. de 2001, “Mulher Serpente/Mae Bia”, com Napakpapha Nakprasitte; 6. de 2008, “Rambo 4”, com Sylvester Stallone; 7. de 2011, “Se Beber, Não Case! – Parte 2”, com Bradley Cooper e Ken Jeong."


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