sábado, 20 de outubro de 2018

A ERA DOS IDIOTAS NO PODER

1º Lugar - DONALD TRUMP, presidente dos Estados Unidos da América

TONY pacheco
Todo mundo já sabia que o Medalha de Ouro Invicto da série A Era dos Idiotas no Poder seria o presidente dos EUA, Donald Trump, o homem que foi lançado ao desafio de tornar a América um país inexpressivo e odiado depois de ser a maior superpotência de toda a História Humana. Mas ele é galático, em apenas dois anos está mostrando que vai entregar o comando planetário para a China de Xi Jinping e a Rússia de Vladimir Putin.
Mas o maior perigo da continuidade do governo Trump é que se tornou um aliado natural dos piores tiranos do mundo e, também, dos aspirantes a tiranos, pois empolga os fascistas de todos os continentes, que usam seu exemplo como forma de chegarem ao poder para oprimir mulheres e todos os que estão na área do radar de opressão. Exemplos: na Europa, os governantes da Polônia, Lituânia, República Tcheca, Eslováquia, Hungria e Romênia, todos simpatizantes do presidente americano e de sua suspeita sabotagem à OTAN e à União Europeia; na Ásia, os fascistas que dirigem a Turquia, a Indonésia e as Filipinas, entre outros menos cotados...
Trump humilha os mexicanos e outros imigrantes que chegam aos EUA, mesmo que os mexicanos e outros, como os brasileiros, sejam a mão de obra barata que a América usa e abusa. Instalou campos de concentração onde mantém milhares de crianças filhas de imigrantes separadas dos pais e não está nem aí para o que isso faz com a imagem dos Estados Unidos no mundo. Um país forjado por imigrantes de todo o planeta e que foi, até 2016, um farol de liberdade e democracia para todos os povos do mundo. Agora, sob nova direção, tendem a se tornar um apagão dos Direitos Humanos até mesmo dos próprios americanos, a ponto de Trump justificar uma passeata de nazistas da Ku Klux Klan assegurando que eram "patriotas", mesmo que depois tenha desmentido, mas ficou no ar o que realmente acredita.
Mas, vamos contextualizar: por que Trump ganhou? Porque o voto não é obrigatório nos EUA e os americanos brancos de classe média não se dignam a ir aos postos eleitorais. Aí uma grande maioria do eleitores é de negros, indígenas, imigrantes latinos e de outros lugares, enfim, a América que não é branca, não é anglo-saxônica nem protestante, tem um grande peso eleitoral, capaz, inclusive, de eleger um negro descendente de muçulmano, como Barack Obama.
Só que a crise gerada pela globalização, que exterminou uma parte da indústria americana e desempregou os trabalhadores sem muita instrução, mas que são brancos e protestantes, fez acordar esta parte do povo americano que nem se tocava com eleições. Trump se dirigiu a estes brancos, todos muito ignorantes, todos evangélicos, todos profundamente racistas e preconceituosos, daí para a vitória foi um pulo, inclusive, com a acusação de que teve a ajuda de hackers oficiais russos a serviço do presidente Putin, o que está levando a Justiça americana a investigar as eleições de 2016 que deram a vitória a Trump, o que, em última instância, pode levar ao impeachment do nosso Medalha de Ouro.
Finalizando a contextualização, aqueles americanos que nunca votavam, pois não é obrigatório, também têm uma característica assustadora: eles são ignorantes até a medula. Você sabia que 46% dos americanos (do total de 320 milhões, 46% são quase 150 milhões...) acreditam publicamente que um deus criou o mundo em seis dias e que o primeiro casal humano era Adão e Eva e que toda maldade do mundo existe porque Eva tentou Adão para fazer sexo com ela e acabou com a inocência no Éden, o paraíso na Terra que Deus criou? E que isso é ensinado em vários estados americanos como verdade e a Teoria da Evolução de Darwin é censurada como mentira? Trump endossa isso e levou estes 150 milhões de idiotas a orgasmos múltiplos. Eles agora podem bater no peito em público dizendo que têm um presidente que os representa e que supostamente acredita em Criacionismo. Para um país que quer ser a maior superpotência da História em Ciência e tecnologia é dar uma volta de 180 graus e voltar à Idade Média.

UM APERITIVO: O PENSAMENTO VIVO DE TRUMP
Sobre aquecimento global: "O conceito de aquecimento global foi criado por e para os chineses, para que a indústria manufatureira americana não seja competitiva. Nova York está congelante, está nevando. Nós precisamos do aquecimento global!"
O que é ser mulher: este é um clássico que deixou estupefato até mesmo Paul Ryan, chefe da bancada do Partido Republicano no Congresso americano, o partido do próprio Trump.
“Quando você é famoso, elas (as mulheres) deixam você fazer tudo. Você pode fazer qualquer coisa (...) Eu parti para cima dela e falhei. Admito para você. Eu parti para cima dela como uma cachorra, mas não consegui comer. E ela era casada.”
Paul Ryan comentou a gravação de Trump: “Estou doente pelo que ouvi hoje”, expressou em um comunicado o chefe da bancada republicana no Congresso.
Sobre Hillary Clinton: aquela "que não consegue satisfazer o marido".
Sobre o quê os países são para ele: "Só estou interessado na Líbia se nós ficarmos com o petróleo. Se não, não tenho interesse."
Sobre os homoafetivos: "É como no golf. Muitas pessoas estão começando a usar tacos maiores, que são pouco atrativos. Você vê grandes jogadores com esses tacos enormes porque eles não conseguem mais tirar uma bola da terra com um taco comum. E eu odeio isso. Sou um tradicionalista. Tenho vários amigos fabulosos que vieram a ser gays, mas sou um tradicionalista."
Sobre a imprensa: “A eleição está sendo fraudada pela mídia, num esforço coordenado com a campanha de Hillary, ao divulgar histórias que nunca aconteceram!”
Racismo: “Nosso grande presidente afro-americano (Barack Obama) não teve exatamente um grande impacto nos bandidos que estão felizes destruindo a cidade.”
Comparando Putin a Obama: “Este homem (Putin) tem um controle muito firme sobre um país. Ele é um líder, muito mais do que o nosso presidente (Obama) tem sido um líder.”
Sobre sua relação com o arquiinimigo dos EUA: "Se Putin gosta de Trump, imaginem lá vocês, a isso chama-se uma mais-valia, não um problema."

MAS TRUMP TEM QUALIDADES? 

Tem. Fazer dinheiro para si próprio, esta é a resposta à pergunta. Ele já faliu seus negócios quatro vezes e quando tudo parecia perdido, deu o mais recente golpe em sua vida financeira: entrou para a política e tem uma fortuna de 2 bilhões de dólares. Na vida ele aprendeu a ser rico. Muito rico. Nada mais. Desconhece as noções básicas de geopolítica, de diplomacia, de solidariedade e de política interna americana e concorreu contra a vontade de setores importantes do seu próprio partido. Pode-se acreditar na competência e no papel histórico de um homem cujos principais projetos são fomentar a xenofobia e acabar com os planos de saúde universais nos EUA e no mundo? Trump dissemina a ideia de que saúde é um problema pessoal e que o Estado não tem nenhuma obrigação com saúde nem com aposentadoria de ninguém. Como foi que o país que mandou o primeiro homem à Lua e tem a maior quantidade de prêmios Nobel do mundo elegeu um troglodita para presidente? Porque o povo americano, aquele mesmo dos confins do país, que fornece a carne-de-canhão para as guerras imperiais dos EUA, que vive na lavoura ou nas áreas centrais degradadas das metrópoles ou em bairros pobres ou trailers, estes americanos acordaram e querem um representante em Washington, mesmo que seja para transformar a maior potência econômica e militar da História num reles país com uma economia acanhada e voltada para si mesma. Os americanos idiotas provaram que são maioria e elegem quem seja igual a eles.
Trump já se mostrou capaz desta difícil tarefa de rebaixar os EUA às categorias inferiores do poder mundial, se os americanos não o detiverem antes: "United States, you're fired!"
A ERA DOS IDIOTAS NO PODER

2º Lugar - VLADIMIR PUTIN, presidente eterno da Rússia
tony PACHECO
Pense num país chamado Rús de Kiev, que existe há mais de mil anos, tendo, segundo algumas fontes, origem num governo despótico de vikings suecos em cima de eslavos do Leste dos Montes Urais na área hoje conhecida como Ucrânia... A partir dos anos 800 (século IX) até os dias de hoje, os russos só experimentaram tiranias, com um breve intervalo entre 1991 e 1999, quando foram governados por um sujeito bêbado e totalmente sem noção que os lançou num período de crises permanentes, inflação e desemprego. Imaginou? Pois é. Este país é a Rússia, só dá gente tipo o Medalha de Prata, Vladimir Vladimirovitch Putin, bem na tradição de Ivan, O Terrível e outros tiranos como Pedro, O Grande; Catarina, A Grande; Jozif Stálin e por aí vai.
O nosso 2º Lugar, desde que "herdou" o poder do seu padrinho alcoólatra (não que isso seja um mal em si, o problema é que não se pode misturar álcool com direção... a direção de uma das duas maiores potências militares da História...). O padrinho era Boris Yeltsin, que vivia aos tropeções, e o "herdeiro do trono" é Vladimir Putin, ex-chefe do serviço secreto comunista de repressão política, a KGB, que criou um Estado policial feito sob medida para si mesmo, com leis esdrúxulas para glorificar a si mesmo. Veja algumas leis e atos deste "gênio" russo:
1) a Rússia punia severamente espancamento e homicídio de mulheres por maridos, pois a média era de uma mulher assassinada a cada 40 minutos no fatídico ano de 2017. Aí o "gênio" Putin, no ano passado, sancionou uma lei que permite aos maridos espancarem suas esposas e filhos uma vez por ano, só sendo punido com multa. Só uma multa. A Igreja Ortodoxa Russa apoiou publicamente a Lei do Espancamento de Esposas e Filhos.
2) Putin proibiu usar palavrões em peças de teatro ou na TV. Até mesmo mostrar o dedo no famoso universalmente "vá tomar..." tornou-se passível de multa.
3) Com sua mentalidade de policial, em 2012, exigiu que toda e qualquer manifestação pública tivesse sua autorização prévia, sob pena de multa de 7.300 euros (mais de 36 mil reais) para pessoas físicas e 25.000 euros (mais de 120 mil reais) para ONGs, movimentos sociais, partidos ou quaisquer pessoas jurídicas. Na prática, a lei antimanifestação de Putin é uma violação explícita da Constituição da Federação Russa, segundo o Conselho Consultivo para os Direitos Humanos, de Moscou. Mas quem vai dizer isso a Putin?
4) Só porque o ex-presidente dos EUA Barack Obama reclamou do óbvio: que a Rússia estava desrespeitando os Direitos Humanos dos seus cidadãos, Putin decretou que crianças russas não poderiam mais ser adotadas por casais americanos, a partir de 2012.
5) Os russos, como todos os povos do norte da Europa, têm tradição de banhos quentes coletivos, algumas saunas são gigantescas, e daí para a "pegação" entre pessoas do mesmo sexo é daqui para ali... Mesmo com isso tudo, a sociedade russa é totalmente enrustida, faz-se, mas não se fala e, por isso, Putin resolveu proibir que se fale em público sobre "sexo antinatural", que, para ele, é tudo que não é papai-e-mamãe, como se fosse um país islâmico. De um tapa, proibiu paradas gays em todo o território russo e multas pesadas para quem sequer mencionar sexo homoafetivo, principalmente perto de menores de 18 anos.
6) TVs na Rússia são controladas pelo governo de maneira ditatorial. Os russos da Era Putin só vêem o que Putin autoriza eles verem. E tudo começou quando Boris Yeltsin, um alcoólatra crônico que parecia beber vodka no gargalo tal a quantidade de vezes em que era pego bêbado em público, recebeu Putin em sua administração em 1997, recomendado por amigos de São Petersburgo. Em 1999, Yeltsin o escolheu para o cargo de primeiro-ministro. Mas quando o segundo mandato de Yeltsin jogou a Rússia no lixo econômico, ele renunciou ao cargo (pela primeira vez na história russa alguém no comando saiu por vontade própria) e passou a presidência para Vladimir Putin. Em poucos meses Putin mostrou a que veio, tomando o controle das emissoras de TV. Este poder ditatorial só pôde ser possível porque Yeltsin reduziu o povo russo à miséria com sua experiência democrática em termos políticos que veio junto com uma privatização generalizada da economia da Rússia que, ao mesmo tempo, perdia, em 1991, todas as outras 14 repúblicas soviéticas que eram, na verdade, suas colônias e que carreavam riquezas para a Federação Russa, leia-se Moscou: Estônia, Letônia, Lituânia, Ucrânia, Bielo-Rússia, Moldávia, Geórgia, Armênia, Azerbaijão, Turcomenistão, Tadjiquistão, Uzbequistão, Quirguizistão e Kazakhstão deixaram de ser "colônias" e passaram a países independentes, ciosos de se verem livres de qualquer obrigação de sustentar economicamente a Rússia Soviética que os esmagou durante quase todo o século XX. Em 1992, primeiro ano do fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, o povo russo registrou 33% de pessoas vivendo na pobreza. Este cenário de miséria crescente foi o sonho de uma noite de Verão para Vladimir Putin. Participava do governo, mas assistia a tudo calado, como é o seu modo discreto de chefe do serviço secreto dos comunistas, antes KGB, e do mesmo serviço da era Yeltsin, FSB. Ele deixou o presidente da transição russa para o capitalismo privado perder-se em seu alcoolismo e incompetência até que Yeltsin não resistiu à pressão popular e renunciou em 31 de dezembro de 1999. Putin deu o bote e tomou o lugar do chefe. Cercou-se de empresários amigos e formou os primeiros supermilionários da sua era no poder, entre os quais, ele mesmo, considerado um dos homens mais ricos do planeta Terra, embora antes de chegar ao poder, fosse um mero assalariado do governo... Os anos 2000 abriram a Era Putin e a economia russa começou a crescer vertiginosamente sob o controle do seu grupo político. O Produto Interno Bruto per capita pulou de pouco mais de 1.400 dólares em 1992 para incríveis 16 mil dólares em 2013. E os tristes 33% de russos paupérrimos tiveram seu percentual em queda para apenas 13% em 2016, o que equivale a dizer menos pobres que o país mais próspero do capitalismo mundial, os EUA.
7) De ateu convicto como chefe do serviço secreto do Partido Comunista da União Soviética, Putin, por conveniência, aderiu fervorosamente à Igreja Ortodoxa Russa (uma das mais reacionárias do planeta cristão) e criou dois mitos para o povo servil da sua "Grande Rússia" particular: Nicolau II, o czar que foi derrubado pelos comunistas em 1917 e foi transformado em santo pela Igreja Ortodoxa, e Vladimir Lênin, seu xará, que foi quem mandou fuzilar justamente Nicolau II. Por morarem, ambos, nos corações da maioria dos russos (um pela direita e outro pela esquerda), Putin uniu os dois no seu panteão particular de heróis e assim retomou o sonho da "Grande Rússia", começando também a intervir na vida dos outros 14 países que fizeram parte da extinta União Soviética. Domesticou a Bielo-Rússia e o Kazakhstão, invadiu e controla parte da Moldova (ex-Moldávia soviética), trucidou o levante islâmico na Chechênia promovendo mortes e prisões aos montes, invadiu e controla partes da Geórgia e tomou a Península da Crimeia da Ucrânia, em 2014, e ainda mantém ajuda militar aos russófilos do Leste da Ucrânia que "desejam" se unir à Rússia. 
8) Megalômano como todo e qualquer aspirante a ditador absoluto, neste exato momento, Putin, realiza a maior manobra militar da História da Rússia, na Sibéria Oriental, com aproximadamente 300 mil soldados russos. Analistas interpretam este inusitado movimento como uma demonstração de força num tempo em que os Estados Unidos, sob a liderança de Donald Trump, se torna um país acanhado e que está abrindo mão de sua história de superpotência. Não por acaso, Putin é investigado nos EUA como o chefe de um exército de hackers russos que desconstruíram a imagem da candidata a presidente americana, Hillary Clinton, na eleição em que ela perdeu por margem pequena de votos para Donald Trump. Este parece ter sido o mais ousado lance da vida de Putin e, pelo visto, ainda vai render muita história, pois nem o mais louco profeta poderia um dia pensar que um presidente russo poderia influenciar o resultado eleitoral na maior potência democrática do planeta, os EUA. E com estas manobras militares sob o silêncio obsequioso do presidente americano, Putin se torna o Senhor do Mundo, o planeta Idiotalândia, onde todos moramos e onde esperamos uma bomba na cabeça...
E vem a pergunta: por que o povo russo fica calado e mantém no poder por 18 anos um dirigente autoritário como Vladimir Putin? Por uma razão muito simples: a memória dos anos de miséria do governo Yeltsin está viva na cabeça da maioria do povo que vive da nostalgia de quando seu país foi uma superpotência nuclear que ameaçava os EUA em todos os continentes, até na gelada Antártida. As trapalhadas de Yeltsin, causando fome e desemprego em um de cada três russos, pavimentou o sucesso de Putin e eles renunciam às suas liberdades públicas e privadas em troca de não experimentarem a miséria novamente. E aí você que teve paciência de ler até agora, perguntaria: e os 25% que não apóiam Putin? Uma parte está na prisão, uma parte vive vigiada estritamente e outra grande parte foi morta ou estará morta dentro de pouco tempo...
E com Putin a Rússia, junto com a China, se transformam nas duas únicas grandes civilizações do mundo que nunca experimentaram viver em liberdade. Nasceram para serem dominadas a ferro e fogo por ditadores ridículos. Bem feito!
A ERA DOS IDIOTAS NO PODER

3º Lugar - KIM JONG-UN, "Grande Líder Genial do Povo da Coreia do Norte"

toNy pacHeco

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Kim Jong-Un e seu manipulador predileto, Xi Jinping

Nem pensem que vamos tratar o idiota da Coreia do Norte como tratamos presidente borderline da Turquia ou da Polônia. A Coreia do Norte atualmente é um Estado-fantoche da República Popular da China. Mas começou sendo um fantoche da extinta União Soviética (hoje, Rússia), pois foram os russos que invadiram o norte da Península Coreana em 1945, expulsando as tropas do Japão e colocando no poder Kim il-Sung, um dirigente marxista local. Sung, autoritário e messiânico, convenceu a China, seu poderoso vizinho, que os russos apoiavam a invasão da Coreia do Sul, então ocupada pelas tropas dos EUA: em 1950 estourou a Guerra da Coreia, na qual a ONU e os EUA viram os comunistas coreanos apoiados pela Rússia (então, URSS), chegando à capital sul-coreana, Seul. O governo americano logo reagiu e entupiu a Coreia do Sul de soldados e armas e em pouco tempo as tropas de Kim il-Sung recuavam e os militares ocidentais avançavam em direção à capital comunista, Pyongyang. Foi quando a China Comunista, vendo sua fronteira ser ameaçada pelos americanos, mandou mais de 200 mil soldados ajudarem o ditador norte-coreano. Nascia, aí, a subserviência da Coreia da Norte ao governo comunista de Pequim, que depois de três anos sustentando os esforços de guerra norte-coreanos, obrigou os EUA a assinarem um armistício com Kim il-Sung, que se tornou ditador vitalício.
A ditadura de Sung durou até sua morte, em 1994, mas desde 1980 o ditador havia nomeado seu filho Kim Jong-il como sucessor, como se fosse uma monarquia hereditária medieval. Antes de morrer, Sung deu início ao programa nuclear norte-coreano, que teve um incremento fabuloso por parte de seu filho, Jong-il, mais radicalmente stalinista (vertente do marxismo que deu origem, na Coreia do Norte, à ideologia "Juche", de auto-suficiência e isolamento total do país) e disposto a formar um arsenal atômico com ajuda chinesa velada, o que se tornou uma ameaça internacional no governo do terceiro Kim, Kim Jong-Un, neto de Sung e filho de Jong-il. Jong-un assumiu o poder em 2011, logo após o pai morrer.
A verdade, no entanto, é que este programa nuclear que vemos hoje em dia não poderia existir sem a China, país que, dos alimentos aos combustíveis, mantém o regime dos Kim em Pyongyang. Só que os analistas ocidentais, evitam falar claramente sobre isso.
Sem as limitações dos acadêmicos americanos e europeus, o professor brasileiro de Relações Internacionais das Faculdades Integradas Rio Branco (São Paulo), Carlos Stempniewski, diz com todas as letras que a Coreia do Norte não passa daquilo que ela realmente é: um Estado-fantoche da China: "No fundo eles estão testando tecnologia que a China não poderia testar porque pegaria muito mal. Nada no mundo acontece de forma isolada e ninguém faz uma coisa dessas sozinho. Se está acontecendo, é porque isso é um elo que tem um outro pedaço. A Coreia do Norte é só o que a gente vê nesse momento. O Kim Jong-Un é um fantoche que está sendo sustentado por alguém." Este único alguém, embora Stempniewski não o nomeie, é a República Popular da China, atualmente comandada por Xi Jinping, que fornece alimentos e combustíveis para sustentar o regime ditatorial de Kim Jong-un.
E assim se conta esta história de Kim Jong-un, um ditador que mantém seu povo nas trevas de um regime medieval onde falta comida, falta liberdade, falta educação e falta, principalmente, emprego, pois milhares (100 mil, segundo várias fontes, inclusive a ONU) de norte-coreanos são obrigados a trabalho semi-escravo na Rússia e China (além de vários outros países) para poder mandar dinheiro para seu governo e suas famílias. Uma tragédia que não tem final possível, pois a Coreia do Norte e a Coreia do Sul são peões no jogo de poder entre China e Estados Unidos e, portanto, não deixarão de ser o que são: países de mentirinha. Pobres coreanos!
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4º Lugar – YOWERI MUSEVENI, presidente eterno de Uganda
toNY pacheCO
Na verdade, Yoweri Kaguta Museveni não é o único ditador ridículo da África, foi escolhido apenas simbolicamente, porque do Norte do continente, com os militares sanguinários da Argélia, ao Sul, onde reina um idiota na Swazilândia que gasta milhões de dólares com um harém e mantém o povo na miséria e com uma epidemia de AIDS brutal, os africanos são, sem dúvida alguma, o continente onde os idiotas tomam o poder e ficam para sempre, como em Angola, Camarões, Gabão, Guiné Equatorial, Eritréia, Sudão, enfim, um inferno continental.
Museveni é um destes idiotas que chegam ao poder através de golpe de Estado, sendo militar e tendo lutado como guerrilheiro contra o louco Idi Amin Dada, prometia um regime de liberdades democráticas e desenvolvimento, pois arrotava o diploma de economista conseguido na Tanzânia. O povo ugandense viu em Museveni uma esperança de finalmente ser governado democraticamente, pois o discurso dele era sempre sobre Direitos Humanos e passagem rápida pelo poder. Só que a noção dele de rapidez está durando desde 1986: são 32 anos. E nas últimas eleições, de 2016, ele conseguiu um novo mandato de cinco anos, sendo que seu médico pessoal e hoje opositor, Kizza Besigye, e a missão observadora da União Européia, rejeitaram o resultado das eleições, realizadas com proibição das redes sociais da Internet, perseguição aos oposicionistas, prisões arbitrárias e fraude generalizada, sempre com uma Bíblia nas mãos e um sorriso oligofrênico no rosto, como se zombasse da ingenuidade popular.
“Testemunhamos o que deve ter sido o processo eleitoral mais fraudulento na história de Uganda”, disse Kizza Besigye, que adicionou que o problema não é só da corrupção eleitoral, mas também da incompetência técnica primária da comissão encarregada das eleições a mando de Museveni. Kizza também revelou que ele e seus seguidores foram detidos pela polícia do ditador. A missão da União Européia denunciou “a falta de transparência e de independência” e a “atmosfera de intimidação”. Enfim, uma democracia de fachada, como é em quase toda a África.
Uganda vive mergulhada em subnutrição, epidemia de AIDS, disputas tribais e com um presidente que manipula os mais degradantes preconceitos da população analfabeta com uma Lei Antigay que considera a homoafetividade um crime passível de morte. A impressão que se tem ao analisar a vida dos ugandenses e de todos os africanos depois do fim do colonialismo é que eles seriam infinitamente mais prósperos se continuassem nas mãos das potências européias, porque não há miséria maior nem nunca teve do que em Uganda e na esmagadora maioria dos países africanos do que na atualidade. Enquanto isso, os ditadores do continente têm uma vida de supermilionários, gastando dinheiro público com mulheres e jogos na Europa, no Oriente Médio e no Extremo Oriente. Como bradou a comediante Chelsea Handler: "Uganda be kidding me".

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5º Lugar – ERDOGAN (Recep Tayyip Erdogan), presidente da Turquia

TonY pAcheCO

Erdogan se acha um enviado de Allah e como tal vem agindo na Turquia desde os anos 1990, quando foi prefeito de Istambul, a antiga Constantinopla do Império Romano do Oriente. A partir de 2003, se tornou primeiro-ministro, mas em 2014 assumiu o cargo que sempre pretendeu, o de presidente e depois da tentativa de golpe de Estado que sofreu em 2016 (que os serviços secretos ocidentais desconfiam que foi uma farsa orquestrada pelo próprio Erdogan), simplesmente começou a governar como se a Turquia não fosse um país parlamentarista, o que acabou se tornando realidade, em 2018, ao ganhar, de novo, a eleição presidencial, enfeixando todos os poderes políticos.
Para explicar seu desejo imenso de poder, só mesmo a frase que usou nos primórdios de sua carreira: "A democracia é como um trem: quando se chega ao nosso destino, saímos".
Mas nem sempre Erdogan foi o dirigente autoritário dos dias atuais. Já foi confundido com um político moderno e que queria colocar a Turquia na União Européia, processo ao qual deu início em 2004, com medidas de respeito à imprensa, tolerância com as minorias e respeito aos direitos das mulheres. Contudo, o processo não andava porque subsistiam desconfianças em relação a um dos maiores aliados de Erdogan, Fethullah Gülen, um líder muçulmano hoje refugiado nos EUA, que servia como uma eminência parda do governo, tentando levar a Turquia de volta ao Islamismo repressor de mulheres, cristãos, LGBTs e totalitário em sua essência política. Por causa disso, em 2009, a União Européia suspendeu o processo de adesão turco. Irascível ao extremo, começa a criticar a Europa e enaltecer os valores islâmicos, desistindo de tornar seu país um membro da UE, tal como na fábula da raposa e as uvas...
Acabada a lua de mel com os europeus, um relatório de 2012 da Comissão Europeia acusa Erdogan de ter um governo no qual falta "liberdade de expressão, de pensamento, de consciência e de religião" como um dos impasses às negociações de adesão à UE. Sem mais nenhuma razão para ser simpático, aproxima-se do presidente-ditador da Rússia, Vladimir Putin, e herda as políticas discriminatórias aos LGBTs. Quanto às mulheres, são cada vez mais incitadas a usar o véu islâmico, exemplo dado por sua esposa, que só aparece em público toda coberta de panos.
Mas a grande virada ditatorial de Erdogan se deu mesmo no suposto autogolpe que ele se aplicou em 2016, criando um sofrimento gigantesco para os turcos que acusou de terem tentado derrubá-lo: o governo demitiu nada mais nada menos que 100 mil funcionários públicos e suspendeu outros 30 mil. Dentre os demitidos, 40 mil professores, que estão proibidos de ensinar nas redes pública e privada; 4.000 juízes e promotores que não podem mais trabalhar nem como advogados e centenas de policiais e militares que estão proibidos de trabalhar até como vigilantes em empresas privadas. Além disso, para o tormento ser maior, Erdogan confiscou os passaportes destas 130 mil pessoas acusadas de “golpistas” para que não fujam da Turquia.
Considerado por seus críticos um pretenso sultão otamano (otário + muçulmano), Erdogan faz tudo para confirmar a acusação. Construiu um palácio presidencial em Ancara para si mesmo com 1.000 aposentos a um custo de mais ou menos 1,1 bilhão de reais, o que foi visto pela oposição também como uma forma de corrupção, pois a construção teria sido como a dos estádios brasileiros da Copa do Mundo, superfaturada.
Resumo da ópera: a Turquia vive uma tirania onde as mulheres voltaram ao passado de opressão e quem se aventurar a se opor ao presidente será perseguido implacavelmente. Pobre Turquia!
Por fim, seis das milhares de idiotices da mente insana de Recep Erdogan:
1) “Não vamos permitir que os turcos sejam devorados por Youtube e Facebook.”
2) “Vamos erradicar o Twitter. Não importa o que diga a comunidade internacional.”
3) “Nos falam sobre planejamento familiar. Nenhuma família muçulmana pode ter essa mentalidade.”
4) “Mulher sem filho é uma pessoa pela metade.”
5) “Uma mulher que renuncia à maternidade dizendo “estou trabalhando”, na prática renuncia à sua feminilidade.”
6) “As mesquitas são nossos quartéis, as cúpulas são nossos capacetes, os minaretes nossas baionetas e os fiéis, nossos soldados.”
Quando você lê esta sexta frase, totalmente belicosa, insuflando as massas islâmicas a irem à guerra contra tudo que não seja muçulmano, você lembra logo do Estado Islâmico e aí depois você lê a resposta que Erdogan deu ao “The New York Times”, que acusou a Turquia de ser “uma das principais fontes de recrutamento para o EI", também chamado de ISIS – Estado Islâmico na Síria e Iraque: "A Turquia é contra o terrorismo de todos os tipos, sem discriminação. Nós nunca aceitamos o conceito de "terrorismo islâmico". Ninguém pode atribuir terrorismo ao Islam, que é uma religião de paz ", disse o aprendiz de sultão.
E aí? Você fica com o “The New York Times” ou com a autodefinição de Erdogan? Difícil, né verdade?
A ERA DOS IDIOTAS NO PODER

6º Lugar – ANDRZEJ DUDA, Polônia

toNY PaCHEco



Você achou estranho o candidato à Presidência do Brasil, Cabo Daciolo, querer governar nosso país com participação de Deus e Jesus Cristo? Ele não está inovando. Você não imagina o que aconteceu na Polônia dois anos atrás, quando o presidente daquela nação entronizou Jesus Cristo como “Rei da Polônia”, sim, a república polonesa na verdade é uma monarquia celestial agora e o presidente Andrzej Duda é apenas um emissário dos céus. Um dos países mais radicalmente católicos do mundo, que deu, inclusive, o papa João Paulo II, nascido Karol Wojtyla, tem bispos que vivem a proclamar que a Polônia é “o reinado de Nosso Senhor”. 
Isso é muito doido, mas seria menos doido se o próprio chefe de Estado, o presidente Duda, não participasse e ainda levasse para a solenidade a mãe e vários ministros de Estado. E, lembremos, a Polônia é parte da União Européia, um “superEstado” supranacional que prevê a estrita separação entre o Estado e a religião.
As explicações oficiais para o assunto são de uma idiotice que resvala para a esquizofrenia: "A razão providencial e mais próxima para esse ato deve ser encontrada nas revelações recebidas pela serva de Deus Rozalia Celakówna", diz o padre Paul McDonald: "De acordo com ela, o Senhor pediu para ser devidamente entronizado como Rei da nação polonesa, de um modo especial e não apenas nos corações dos poloneses. Isso salvaria a Polônia da próxima guerra que viria". Não precisa dizer mais nada.
O presidente Duda é do tipo que acredita que leis alteram a realidade: nos últimos dias promulgou uma lei que ameaça com sentenças de até três anos de prisão quem usar a frase “campos de concentração poloneses” ou sugerir que o país foi cúmplice dos crimes da Alemanha nazista. Na mesma hora, dois líderes mundiais se revoltaram com a lei: “Em nenhuma circunstância aceitaremos que se reescreva a história”, bradou o premier israelense, Benjamin Netanyahu, lembrando que muitos poloneses participaram, sim, do extermínio, pois até hoje em dia o antissemitismo grassa pela Polônia. Também o presidente russo, Vladimir Putin, que é acusado por muitos de controlar certos setores do atual governo autoritário polonês, revoltou-se com a lei, pois ela pode revelar fatos que a Rússia prefere esquecer, como o extermínio de soldados polacos pelo Exército Vermelho soviético.
Até o momento em que Hitler ascendeu ao poder na Alemanha Nazista, a Polônia tinha o maior número de judeus da Europa: 3,2 milhões de pessoas. Os nazistas, amparados num tratado com o dirigente soviético (Rússia), Jozif Stálin, ocuparam a Polônia em 1939 e construíram ali campos de concentração para extermínio de judeus em Auschwitz e Treblinka. Os judeus que viviam na Polônia foram mortos pelos nazistas com a participação de muitos poloneses que aderiram ao nazismo e com o silêncio cúmplice da então União Soviética (atual, Rússia). 
Hoje, dos 3,2 milhões de judeus poloneses, existem 10 mil. Eu disse, dez mil. 
E ainda assim o presidente Duda fez uma lei que levará para a cadeia quem disser que algum polonês colaborou com os campos de extermínio de judeus. Os idiotas, definitivamente, não têm limites e os poloneses votaram num idiota e agora estão tendo que administrar um governo nitidamente neonazista que quer apagar a memória da Humanidade sobre o Holocausto, “tirando o dos poloneses da reta...”
O presidente Duda, para colocar em prática suas idéias anti-Europa e racistas, tem feito um programa de mudanças que inclui censura à imprensa e colocação de rádios e TVs oficiais sob seu estrito controle. Tem sido feita também uma estrita censura a peças de teatro e programas televisivos contra aquilo que chamam de "inverdades" e “pornografia”.
Duda também enfrentará um teste de força esta semana: ele quer aposentar um terço (1/3) da Suprema Corte da Polônia, porque considera os juízes antigos seus adversários na luta que ele empreende contra os poloneses que querem continuar na União Européia, os imigrantes muçulmanos e os judeus. A presidente da Suprema Corte, Malgorzata Gersdorf, desafiou o presidente da República dizendo que “Eu virei trabalhar, já que de acordo com a Constituição tenho um mandato de seis anos para completar”. O mandato só acaba em 2020. Mas Duda quer que quem tenha mais de 65 anos de idade saia já.
Diante da ameaça de um enfrentamento de poloneses contra poloneses, o líder da luta da Polônia contra o domínio soviético (Rússia) e Prêmio Nobel da Paz, Lech Walesa, dirigente do histórico sindicato Solidariedade, declarou que “se de algum modo a equipe governante atacar a Suprema Corte, então eu vou a Varsóvia. Chega de destruir a Polônia.” 
Como sempre acontece em países que caem sob regimes fascistas, uma boa parte da população apóia. Em novembro de 2017, por exemplo, uma grande manifestação em Varsóvia, com participação de neonazistas de vários cantos da Europa, marchou sobre a capital contra a imigração islâmica, os judeus e a democracia. Os neofascistas exigiram “que se defendam os valores cristãos” das supostas “invasões islâmicas e do liberalismo”. Os dirigentes europeus de hoje, tal qual os dirigentes da Inglaterra, da França e dos Estados Unidos à época de Hitler, botam panos quentes e se recusam a tomar uma providência em relação ao avanço das idéias totalitárias na Europa. Para se ver o quanto é grave a situação da Polônia sob o governo Duda, diante dos 60 mil jovens neofascistas marchando em Varsóvia, o ministro do Interior, Mariusz Blaszczak, foi à TV pública, TVP, declarar que os manifestantes eram “patriotas que expressaram o seu amor pelo país”.
Andrzej Duda é também um esperto manipulador dos interesses do presidente russo Vladimir Putin, de destruir ou enfraquecer a União Européia (desejos que comunga com o presidente Donald Trump, dos EUA). Enquanto troca juras de amor com Putin, em julho de 2017, Duda assinou uma lei “contra a propaganda comunista”, que iniciou a demolição de 230 monumentos soviéticos na Polônia. A maioria dos 230 monumentos lembra que foram os russos que fizeram a libertação da Polônia do domínio da Alemanha nazista. Putin ficou furioso, mas de prático não fez nada até agora.
Duda quer reescrever a história polonesa. De acordo com o Instituto de Memória Nacional da Polônia, para a maior parte da população polonesa, o Exército Vermelho trouxe "nova escravidão". 
Por fim, quem ao começar ler este artigo sobre o presidente polonês achou que quem está por trás de Andrzej Duda é Jesus Cristo, fica a dica: Duda é apenas uma marionete do verdadeiro homem-forte da Polônia, Jarosław Kaczyński, chefe absoluto do partido governista Lei e Justiça (PiS, na sigla polonesa). Irmão do ex-presidente Lech Kaczyński , que morreu na Rússia, em 2010, na explosão de um avião Tupolev com uma comitiva de mais de 80 poloneses, Jarosław é conservador ao extremo e segundo se diz, acabará levando a Polônia para fora da União Européia, como Orban, da Hungria: ou pedindo para sair ou sendo expulso. Duda, nisso tudo, é apenas um boneco. Um boneco que está para fazer um estrago histórico monumental na vida dos poloneses e de todos os europeus. Bem feito!

quinta-feira, 18 de outubro de 2018


A ERA DOS IDIOTAS NO PODER



7º Lugar – JOKO WIDODO, presidente da Indonésia

toNY paCHEco

A Indonésia é um incrível país onde um candidato a presidente derrotado, o general linha-dura Prabowo Subianto, obrigou seu adversário civil, Joko Widodo, a se tornar mais radical de direita que seu inimigo para poder vencer. Nas eleições de 2014, Subianto, como militar de carreira e chefe do setor de repressão do Exército indonésio, bradava que tinha autoridade para “acabar com a corrupção e o tráfico de drogas” e acusava Widodo, então ex-governador de Djakarta, de ser fraco para a tarefa. Isso numa campanha eleitoral que Widodo, conhecido pelo apelido de Jokowi, era tido como “o Obama indonésio”, por sua jovialidade e idéias “modernas”. Os marqueteiros de Jokowi não tiveram dúvidas: no último minuto mudaram a figura pública de Widodo e “o tornaram” implacável, o que ele acabou tendo que mostrar na prática quando ganhou e tomou posse como novo presidente indonésio. A partir daí, a intolerância em relação a opositores, usuários de drogas, pequenos furtos, LGBTs, está num crescendo que nos últimos anos, segundo a Human Rights Watch, mais de 500 pessoas já foram açoitadas publicamente por “atos contra a natureza” (homossexualidade) ou mulheres por terem traído os maridos. A Anistia Internacional diz que "leis amplas e vagamente formuladas foram usadas para restringir arbitrariamente os direitos à liberdade de expressão, de reunião pacífica e de associação" na Indonésia.
Na prática, a imagem dura de Joko Widodo não modificou em nada o tráfico e uso de drogas na Indonésia, um país de 250 milhões de habitantes vivendo em mais de 7 mil ilhas. É impossível o controle de fronteiras no maior arquipélago da Terra e o país é o maior entreposto de drogas da Ásia, sendo distribuidor para todo o continente e também para a Austrália, dos entorpecentes vindos da Tailândia, China e Malásia, entre outras fontes.
O discurso antidrogas, que já fuzilou, inclusive, os brasileiros Marco Archer Cardoso Moreira e Rodrigo Muxfeldt Gularte, não reduziu o consumo no país, onde está a Ilha de Bali, um local que recebe 3,5 milhões de turistas estrangeiros por ano (o Brasil inteiro só recebe 5 milhões...), e que é um paraíso de drogas “ajudado” por uma das polícias mais corruptas do mundo, segundo testemunha outro brasileiro: João Paulo Morais, que morou na Indonésia, diz que “a corrupção é tão institucionalizada que se enxerga ela todo dia” e instrui os possíveis turistas brasileiros que levem sempre um dinheiro extra no bolso para subornar os policiais que cismarem com a sua cara na rua.
Mas a razão principal de Joko Widodo estar na lista dos idiotas no poder mundial é o fato de que os americanos presos por tráfico de drogas na Indonésia não terem sido fuzilados. Quando a decisão de Widodo de fuzilar estrangeiros movimentou o mundo, o porta-voz do presidente dos EUA de então, Barack Obama, mandou um recado duro para o indonésio: “se um americano for fuzilado o presidente indonésio será alvo de busca no mundo todo”. E o próprio Obama declarou: “Quero ver se ele tem coragem de matar um americano” e o embaixador americano em Djakarta foi curto e grosso: “Se executarem um americano por drogas, em menos de 12 horas as bases militares da Indonésia serão atacadas”. Widodo preferiu matar os dois brasileiros, afinal, a ex-presidente Dilma Rousseff o máximo que poderia fazer era lamentar, pois o Brasil não tem nem bombinhas de São João para jogar em ninguém. E Widodo ainda tripudiou de nosso governo, dizendo que deveríamos cuidar dos brasileiros que morrem por falta de assistência em saúde e pela insegurança pública.
Que rapazinho danadinho esse Jokowi, quando alguém pisa forte, ele recua. E com os fracos ele é um Hulk...

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A ERA DOS IDIOTAS NO PODER

8º Lugar – NICOLÁS MADURO, presidente da Venezuela

Não se pode falar no presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, sem falar que ele acredita que o ex-presidente e seu mentor político, o tenente-coronel Hugo Chávez, reencarnou num passarinho e apareceu para ele: “De repente, entrou um passarinho e deu três voltas sobre mim. E eu senti o espírito de Chávez”. A principal característica do poder de Maduro na Venezuela é também herdada de seu padrinho Chávez: ele muda a Constituição do país e as leis eleitorais a seu bel prazer e se elege com percentuais ridículos, pois são inflados por uma abstenção crônica, porque o povo venezuelano há muito não acredita em eleição. Com esta manobra, Chávez ficou 14 anos no poder, e Maduro, que assumiu no lugar do “comandante” morto em 2013, segue o mesmo caminho, podendo se reeleger infinitas vezes.
De concreto, um idiota que se diz socialista, mas mantém todos os meios de produção nas mãos de uma elite preguiçosa que nunca diversificou a economia venezuelana, toda ela centrada na extração de petróleo, que tem nos EUA o maior comprador. Enquanto vomita uma cantilena antiimperialista contra Washington, Chávez, antes, e, agora, Maduro, pegam mais de 30 milhões de dólares por dia dos americanos por conta do petróleo venezuelano. E por outro lado, a elite preguiçosa e o governo de Maduro e antes do dele todos os outros governos, de direita e de esquerda, não produzem nada em território venezuelano, comprando de fralda de bebê a automóveis no exterior.
Agora o novo líder das massas venezuelanas lançou um plano econômico baseado numa criptomoeda chamada “Petros”, lastreada no petróleo do país (é o quinto maior produtor mundial...), só que há muitos anos o petróleo virou uma moeda podre, já que o preço do dia pra noite vai de 40 a 100 dólares e volta a 50 e sobe pra 51 ou 101. Isto é, quem pretende estabilizar uma economia baseada numa commodity que muda de preço todo dia, ou é imbecil ou está delirando.
E o povo venezuelano está fugindo do seu “amado” Maduro: já são mais de 2 milhões de refugiados que saíram da Venezuela para a Colômbia, Equador, Peru, Bolívia, Argentina, Brasil etc.
E para terminar, nada como lembrar algumas das dezenas de idéias “geniais” de Nicolás Maduro:
1) “Hugo Chávez foi infectado com câncer por um poder estrangeiro”;
2) “Simon Bolívar acabou órfão de esposa”;
3) “Vocês sabem que quando digo uma coisa, digo outra”;
4) “Venezuela e Portugal estão no mesmo continente (...). A única coisa que os separa é o Oceano Atlântico”;
5) “Somos anticapitalistas e a idéia é deixar os venezuelanos sem capital” (nisso, parece que não estava delirando, deixou mesmo os venezuelanos numa merda sem precedentes e com uma inflação de quase 1.000.000%);
6) “A maioria de nossas importações vem de fora da Venezuela”;
7) “Não duvidem de mim nem um milímetro de segundo”.
Mas, acreditem, este Tiririca do Mar das Antilhas não é apenas um frasista idiota, persegue os opositores de maneira cruel e já foi ameaçado de denúncia no Tribunal Penal Internacional por prisões arbitrárias, assassinatos de opositores e tortura de prisioneiros políticos. Desde 2015, quando perdeu as eleições legislativas e o controle do Congresso, manipulou a Suprema Corte a seu favor (huuuuum! Acho que já vi isso antes...) e hoje governa sem ter que consultar os deputados venezuelanos.
O prêmio Nobel de Literatura Mário Vargas Llosa deveria ter dedicado a Maduro o seu “Manual do Perfeito Idiota Latino-americano”...



A ERA DOS IDIOTAS NO PODER

por ToNY pachecO


9º Lugar – VIKTOR ORBAN, primeiro-ministro da Hungria



Orban se tornou o primeiro-ministro mais jovem da Europa em 1998, quando, chefiando o seu partido Fidesz (a sigla para a insuspeitável Aliança dos Jovens Democratas), fez mudanças na Hungria para torná-la pronta para entrar na União Europeia, em 2004. Um dos principais atos do seu governo foi tornar Budapest um dos mais ardorosos membros da OTAN, a aliança militar chefiada pelos Estados Unidos, o que mostrava o seu firme alinhamento com os líderes americanos e da Europa Ocidental para afastar, “para sempre”, a imagem da antiga Hungria dominada pelos marxistas da extinta União Soviética.
Mas tudo deu errado em termos econômicos e ele perdeu as eleições para renovar seu mandato e saiu corrido da Hungria.
Como todo político formado na linha de Maquiavel (os que não seguem esta linha perdem sempre...), se adaptou aos novos tempos e ficou no trabalho insidioso de combater os governantes que o sucederam, dizendo que os húngaros estavam mais pobres e que a União Européia (o que ele chama de “Eixo Bruxelas, Berlim e Paris”), “chefiada pelos banqueiros judeus”, no delírio nacionalista agora adotado, era responsável por tudo de ruim que acontecia: 1/3 dos húngaros na pobreza.
Em 2010, venceu. Começou a mostrar sua face autoritária. Em 2014, venceu de novo, agora adotando um linguajar tipicamente anti-Europa e antiimigração e perseguindo cruelmente seus opositores, com a ajuda da amizade recém-feita com o presidente russo, Vladimir Putin, que faz um empréstimo milionário ao governo húngaro para suprir a torneira financeira da União Européia que estava secando. Aí, se esbalda, faz declarações públicas contra a oposição interna, demite juízes, muda as leis e toma o controle do Estado. Seus amigos empresários, chefiados pelo íntimo Lajas Simicska, ganha todas as licitações para construir estradas, usinas de energia, enfim, como já se viu no Brasil, Orban coloca o Estado Húngaro a serviço dos interesses econômicos dos seus amigos. Anos depois briga com Simicska e este caminha para a quase pobreza, pois não vence mais uma licitação sequer.
Em 2018, vence de novo, com apoio de 48% dos eleitores, embora pouco mais de 60% dos eleitores participaram das eleições. Sentindo-se fortalecido, desde abril deste ano, Viktor Orban começou a jogar pesado, declarando que:
1) “A imigração é a maior ameaça à Europa e tem que parar”;
2) A partir de 2019, os “Estudos de Gênero” estarão proibidos nas universidades (para agradar a extrema-direita homofóbica que sai em bandos fascistas pelas grandes cidades húngaras espancando travestis e “drogados”...);
3) Adota lei que pune com prisão qualquer húngaro que ajudar um africano ou asiático a entrar no país e faz declaração racista ostensiva: “Nós não queremos que nossa cor seja misturada com outras cores”, numa agressão explícita contra os africanos que chegam à Europa fugindo da tirania e da miséria em seus países;
4) Torna-se tão caricato anticomunista, que ameaça a cervejaria Heineken para que tire a estrela vermelha do seu rótulo em território húngaro, tudo escondendo seu apoio a empresários húngaros na Romênia que brigam com a Heineken local;
5) Suspende o fornecimento de comida aos imigrantes que estão em campos de concentração nas fronteiras da Hungria com a Sérvia e a Croácia, para forçá-los a sair do país;
6) Depois de construir uma cerca de arame farpado entre a Hungria e a Sérvia e Croácia, promete uma cerca maior ainda na fronteira com a Romênia monitorada com câmeras e postos militares para fechar de vez o país;
7) Obriga, por asfixia de falta de anúncios oficiais, o fechamento do jornal “Magyar Nemzet”, após 80 anos de existência. O jornal apoiou Orban no início de sua carreira, até ele começar com seu novo discurso racista atual;
8) Orban declara a Hungria “O último bastião na luta contra o Islamismo na Europa”;
9) Obriga o megabanqueiro George Soros (atualmente vivendo nos EUA, mas nascido na Hungria de pais judeus) a fechar sua ONG em prol das liberdades (Open Society Foundations), com filial em Budapest. Soros, que financia a Universidade da Europa Central, na capital húngara, declara que “a Hungria atual é um Estado mafioso com inconfundível fedor antissemita”;
10) Com medo de perseguições, num clima de fascismo declarado, vários juízes do Conselho Nacional de Justiça da Hungria renunciam, em 2018, logo após a terceira vitória de Orban (contestada pelas oposições, que o acusam de “fraude”), com medo de represálias do governo.
Com dois terços do Parlamento, Viktor Orban está muito próximo de sair da União Européia, se não for pelos próprios pés, será pela expulsão e finalmente pode até mudar (com sua maioria acachapante no Parlamento), o nome da Hungria para “Orbanistão”, na gozação que seus inimigos do Partido do Cão de Dois Rabos (MKKP, na sigla em húngaro). O MKKP, em abril deste ano, espalhou cartazes por Budapest ironizando o fascismo de Orban: “Mais demagogia para todos”, “Abaixo a imprensa e a Educação” e “Chega desse absurdo chamado democracia”. É, só rindo (pra não chorar)...
P.S.: Viktor Orban quer uma Hungria só de húngaros, como os nazistas da Alemanha com seu "arianismo" nos anos 1930. Só que esquece (amnésia seletiva), que os húngaros também foram imigrantes. A Hungria, quando os húngaros chegaram lá no século IX d.C., era habitada por descendentes dos hunos de Átila, eslavos e outros povos. Os húngaros atuais vieram fugidos da Ásia (a Leste dos Montes Urais, onde hoje é a Rússia), quer dizer, eram migrantes também. Mas, claro, político é ignorante por conveniência e diz o que é mais apropriado para seus eleitores idiotas. Imigrante agora é "o outro asiático"...