toNY PaCHeco*
Fica cada vez mais fácil escolher os carros mais feios da temporada de final de ano, pois as montadoras têm feito um esforço frenético de produzir verdadeiros erros de design.
PRIMEIRO LUGAR
O mais previsível é o Toyota Prius. Desde o seu lançamento, em 1997, no Japão, a montadora sempre fez questão de usar um desenho pra lá de controvertido, a ponto de algumas pessoas até acharem "interessante", mas, verdade seja dita, ninguém mentalmente sadio usa a palavra "bonito" para adjetivar o híbrido da Toyota. Por isso ele é o campeão invicto desta edição 2018/2019 dos Carros Mais Feios do Brasil.
A frente do Prius dá vontade de devolver o carro depois de uma semana vendo-o na garagem.
SEGUNDO LUGAR
O Fiat Dobló é uma pirraça que a montadora italiana faz com seus clientes, desde 2001. E não é só o design que é um erro. A motorização também é ridícula. Um motor de máquina de moer cana usado em um veículo pesadíssimo. Não há ângulo que se olhe que o Dobló seja nem mesmo passável.
TERCEIRO LUGAR
Quase todo mundo sonha em ser rico visando alguma coisa em particular. Eu sonho em ser rico para dar um Cherry QQ zero quilômetro a cada um dos meus inimigos. Pode parecer uma maldade? Não. É uma bondade, pois ajudarei a fábrica chinesa a continuar fabricando esta coisa horrorosa com cara de brinquedo de criancinha de 1 ano de idade e garantirei o emprego de milhares de operários chineses. É ou não é uma boa ação? A Cherry devia usar este lema para as vendas do QQ: "Nosso carro é feio. Mas compre assim mesmo para ajudar os operários chineses a sobreviver".
QUARTO LUGAR
Gente! Para tudo! O que a Lexus (divisão "de luxo" da Toyota) estava pensando quando resolveu colocar esta bocarra na frente dos seus carros? Quem deu esta ideia deve ter uma mãe generosíssima. O designer mostrou a bocarra dos Lexus pra mãe dele e ela, compassiva com as incapacidades do filho, deve ter dito: "É a coisa mais linda do mundo, depois de você, meu gatinho". E aí nasceram os Lexus da boca de baleia. E tem gente que dá 700 mil por este carro. Deve ser para assombrar os vizinhos que botam seus cachorros para cagar na frente da garagem. Só pode!
Gente, este Lexus com esta bocarra é ou não é uma assombração digna de Stephen King!?
QUINTO LUGAR
Quando, em 1995, a Chevrolet lançou a primeira Blazer para substituir a charmosíssima "Rainha da Polícia Federal", a estilosíssima Veraneio, até que foi bem sucedida e só morreu na praia porque os motores usados eram beberrões de gasolina. Eu tive uma V6 que não fazia mais do que 4 km com um litro de gasolina. Tive que escolher: ou botava gasolina na Blazer V6 ou fazia as três refeições diárias... Mas, estilo, até hoje a velha Blazer tem. Este segunda geração, contudo, com nome pomposo de Trailblazer, é um erro na traseira, um equívoco na lateral com suas janelas irregulares e só tem acerto na frente. Mas a frente é de uma simples S10, o que nos leva à conclusão: quem vai dar mais de 200 mil reais numa S10 com lateral e traseira feias? Ninguém. Ninguém compra este carro.
A Trailblazer, com esta traseira, só deveria ser oferecida para funerárias. Ponto.
SEXTO LUGAR
A Chevrolet errando de novo. Lançou este carro chamado Equinox com um motorzão maravilhoso, tanto em desempenho como em consumo (não é um consumo baixo, mas não é exagerado para o porte do SUV). Agora, esqueceu de contratar um designer e fez uma frente sem sal, uma lateral equivocada como a do Trailblazer, com as janelas irregulares demais, parecendo uma revisão da XTerra da Nissan (lembram daquele horror?) e uma traseira sem personalidade. Ei, Chevrolet, carro não é só motor! Tem que ser agradável aos olhos, antes de mais nada.
Com um motor excelente, a Equinox merecia um desenho melhor. Não vai vender.
SÉTIMO LUGAR
A Fiat lançou a ideia de que veículo utilitário tem que ser feio. E faz isso com o Dobló de maneira impecável. Mas a Renault achou que fazer carro feio não pode ser privilégio de italianos e lançou a Kangoo francesa. E desde a primeira geração que a Kangoo é muito feia. Aliás, como o canguru, o bicho que inspirou o nome. Eitcha, bicho feio da peste!
A cada temporada a Renault dá uma mexida na Kangoo e ela vai ficando pior...
OITAVO LUGAR
Não vou falar do motor deste carro. Não vou comentar que é um Mercedes-Benz e que por isso "deveria ser respeitado". Só quero falar desta grade de aletas verticais. Alguém avise aos designers da Mercedes e de outras montadoras que estão tentando emplacar isso nos novos modelos, que isso não vai dar certo. Tente tudo na grade de um carro, menos verticalizar estes frisos. Fica feio. Fica parecendo carro de brinquedo ou, no mínimo, falta de imaginação do designer quando o chefe deu a ordem: "Faça qualquer inovação!" Aí o preguiçoso colocou em pé o que todo mundo gosta deitado.
Quem será o responsável por esta grade medonha deste Mercedes? Prendam-no!
NONO LUGAR
O quê falar do tamanho deste farol do Nissan Versa? Só mesmo lembrar de Chapeuzinho Vermelho: "por que estes olhos tão grandes, vovozinha?!" A resposta do lobo disfarçado de vovó não cabe aqui. Ninguém precisa de faróis tão grandes para ver ninguém nas ruas à noite. Vide os filetes (fininhos mesmo) que servem de faróis aos novos Volvo e Land Rover. Isto sem falar na traseira do tipo "bunda arriada", que acerta mortalmente o design deste equívoco., que, aliás, já mudou no Japão. Vide o Versa japonês (cor laranja).
No Brasil, a Nissan vende o Versa feioso na frente e na traseira....
... no Japão, a Nissan substituiu o Versa feio por um Versa moderno e belíssimo. Magoei!!!
DÉCIMO LUGAR
Enquanto este Toyota Etios continuar sendo fabricado, parece que sempre estará nesta lista dos mais feios. Construído pela montadora japonesa para ser um carro barato e concorrer com os feios Tata Nano da Índia, no Brasil ele foi lançado como "carro chic de entrada". Feio na frente, antiquado pela lateral e medonho na traseira com estas lanternas de desenho errado. E é mais caro que o belíssimo HB20 da Hyundai , o robusto Gol da Volkswagen ou o elegante Sandero da Renault. Tem doido pra tudo, como dizia minha avó.
Quem mais sofre com o Toyota Etios é quem vem no carro logo atrás dele...
* Tony Pacheco é jornalista profissional pela Universidade Federal da Bahia, radialista, psicanalista e ainda estudou Economia na Universidade Federal de Juiz de Fora. Com certeza, nunca receberá um carro de uma fábrica para fazer um test drive. Bem feito!